sábado, 8 de outubro de 2016

O Rei do forró é do Cumbe!


Caro leitor amigo
Peço vossa atenção
Para falar de um homem
De grande reputação
Artista de muita fama
Que o Brasil todo aclama
Mas nem tanto no sertão

Ele foi um grande artista
Músico por excelência
Compositor sanfoneiro
Da mais alta competência
Aqui no Cumbe nasceu
E esquecido morreu
Mês deixou sua essência

Nascia um euclidense
Em vinte e seis de abril
Do ano de vinte e sete
Tá no registro civil
Filho de Aureliano
Homem de muito tutano
Neste sertão do Brasil

O mestre Aureliano
Afinador de sanfona
Fato muito curioso
Que pouco se leciona
Foi genitor desse homem
E avô de outro nome
Que fama coleciona

Esse grande sertanejo
Um tanto desconhecido
Um quanto ignorado
Castigo imerecido
Sendo ele o responsável
E o Rei mais que provável
Do forró instituído

O que digo é verdade
É o que quero mostrar
Esse homem é responsável
Pelo forró prosperar
Leia com toda atenção
Essa minha explicação
E você vai concordar
  
No ano quarenta e seis
Dezenove de idade
Muda-se para são Paulo
Buscando prosperidade
Como todo sertanejo
Esse era seu desejo
Dada sua habilidade

Foi exímio sanfoneiro
Artista, autodidata
Seguindo os passos do pai
É o que a história relata
No fole de 8 baixos
Não ficava cabisbaixo
Verdadeiro acrobata

Alavancou o forró
No sudeste brasileiro
No fole de oito baixos
Do forró foi pioneiro
Gravou "Roseira do norte"
Sendo o seu passaporte
Cinquenta e seis o primeiro

No ano sessenta e quatro
Fundou uma gravadora
A famosa Cantagalo
Do forró ampliadora
Todo e qualquer sertanejo
Que tivesse tal desejo
Era ela a difusora

O famoso Dominguinhos
Na época iniciante
Foi graças à Cantagalo
E ao talento pulsante
Que o Brasil conheceu
E Dominguinhos cresceu
O seu sucesso vibrante

Foi primeira gravadora
Chamada alternativa
Pois não tinha voz nem vez
Na camada lucrativa
Impulsionou a carreira
Quebrando a tal barreira
Pessoal e coletiva

Muita gente ali gravou
De fama nacional
Anastácia e Ary Lobo
Zé Gonzaga, Genial
Até Jackson do pandeiro
Outro grande brasileiro
De sucesso colossal

No ano de sessenta e seis
Abre Casa de Forró
Ali no Bairro do Brás
Não tinha lugar melhor
Era o ponto de encontro
Assim tudo estava pronto
Não tinha forró maior

Todo grande sanfoneiro
Naquele palco tocava
Todo e qualquer nordestino
Que em são Paulo morava
Ali matava a saudade
E a sua outra metade
Naquele forró encontrava

Você já está curioso
Para saber de quem falo
Tenha calma meu amigo
Daqui a pouco assinalo
É que a curiosidade
Alimenta a novidade
Até que dê o estalo

Mas vou dar mais um detalhe
Para não ficar maçante
Seu filho é muito famoso
E tem sucesso marcante
Oswaldinho do Acordeon
Filho que herdou o dom
E o talento brilhante

Agora você já sabe
De quem eu estou falando
É de Pedro Sertanejo
Mas vou logo avisando
Este artista querido
Não pode ser esquecido
É algo que estou cobrando
  
Músicas mais de quinhentas 
Compõe o seu repertório
Do autentico forró
Com seu talento notório
Tal homenagem merece
E o forró agradece
Deste ato é meritório

Pedro de Almeida e Silva
Nosso Pedro Sertanejo
Promover nosso forró
Sempre foi o seu desejo
E hoje paira esquecido
La no passado perdido
Mudar isso eu pelejo

Pedro é o Rei do forró
Pois Luiz é do Baião
Foi com Pedro sertanejo
Que o sul virou sertão 
Levou forró pro sudeste
Lá o ritmo se reveste
De pompa e convicção

É o forró pé-de-serra
Da sanfona pé de bode
Aquele pra dançar juntinho
Que o corpo todo sacode
Que a morena peneira
O suor é de biqueira
Se um cansa o outro acode

Pedro tocou em Euclides
Pouco antes de morrer
Se disse muito feliz
Em sua terra rever
Mas pouco tem se falado
E muito menos lembrado
Que dirá reconhecer

Em dois mil e dezessete
Faz vinte anos da morte
E se renova a lembrança
Por sua herança forte
Pelo forró pé-de-serra
Fazendo da nossa terra
Um lugar de muita sorte

A cidade de Euclides
Precisa homenagear
A história desse filho
E sua arte sem par
Disco, mais de cinquenta
Música, mais de quinhentas
Figura tão singular

Merece memorial
Por sua ilustre sanfona
Merece ser estudado
Por ser ilustre persona
Por todo o seu legado
Que tão pouco é notado
Que pouco se menciona

Jurema Mascarenhas Paes
Cantora bem brasileira
Nascida em salvador
Em tese muito certeira
Trata a casa de forró
Como o espaço melhor
De interação verdadeira

Para tal e qual teórica
Boa sociabilidade
Criada no seu forró
Servia bem na verdade
Ao migrante sertanejo
Como espaço de festejo
E pra curar a saudade

Espero em ver o dia
Que o povo reconheça
Na figura desse homem
O respeito que mereça
Que conheça sua história
E preserve sua memória
Antes que desapareça

Vou ficando por aqui
Já deixei o meu recado
Sobre Pedro Sertanejo
Um euclidense arretado
Artista da nossa terra
Sua vida de encerra
Mas merece ser lembrado.

Se quiser conhecer mais
O Youtube fornece
Diversas composições
Ouvir com calma merece
O xote Roseira do norte
Ouça e terás a sorte
Do melhor que se conhece.

Por Inamar Santos Coelho, 04 de abril de 2016, singela homenagem à proximidade dos 20 anos de morte de Pedro Sertanejo.

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