sábado, 14 de janeiro de 2017

Projeto aberto - Casa de Forró Pedro Sertanejo

PROJETO ABERTO  – CASA DE FORRÓ PEDRO SERTANEJO: EUCLIDES DA CUNHA NO CENÁRIO DO FORRÓ NORDESTINO

TEMA:
    Casa de Forró Pedro Sertanejo: Euclides da Cunha no cenário do forró nordestino.

IMPULSO:
    Qual a importância de Pedro Sertanejo no cenário do forró nordestino e o que  Euclides da Cunha pode fazer para o seu reconhecimento e manutenção da sua cultura?

    Em maio de 2016, rascunhei projeto de homenagem à Pedro Sertanejo e o apresentei à Gestora Municipal da época juntamente à Diretora de Cultura e o Diretor de Eventos, o que resultou na Homenagem realizada nos festejos juninos do ano de 2016. O palco do Forródromo Municipal foi decorado, a abertura do espaço recebeu um banner gigante com o tema Pedro Sertanejo, foram fixados 7 banners de 0,80 x 2,00m com fotos e partes da história de vida de Pedro Sertanejo e também foi exposto um painel com grafitti feito por grafiteiro de Juazeiro, Euri Mania, com imagem de Pedro Sertanejo na entrada do forró. Oswaldinho do Acordeon, filho de Pedro Sertanejo, foi homenageado ao vivo no Palco, recebendo uma sanfona entalhada em Umburana por artesão de Uauá, e tocaram para o povo, Oswaldinho do Acordeon e ainda o Trio Sabiá sob o comando do Irmão caçula de Pedro Sertanejo, o Tio Joca.

JUSTIFICATIVA:
    A Casa de Forró Pedro Sertanejo foi o palco para grandes artistas nacionais nos anos 60 a 80, foi o palco para a disseminação do forró-pé-de-serra e também o melhor espaço de convivência dos nordestinos que ali matavam a saudade de casa revivendo a cultura através do forró.
Uma cidade deve valorizar seu patrimônio histórico e cultural para que as gerações futuras desenvolvam um sentimento de pertencimento e de respeito às suas origens.
Pedro Sertanejo, euclidense, filho do sanfoneiro Aureliano, nascido em 1927 e falecido em 03/01/1997, pai de Oswaldinho do Acordeon, foi o divulgador e disseminador do forró nordestino em São Paulo nos anos 60, 70 e 80, tendo gravado seu primeiro disco em 1955.
Jurema Mascarenhas Paes na tese de Doutorado, “São Paulo em Noite de Festa” (2009) descreve a Casa de Forro de Pedro Sertanejo como o “ponto de encontro, espaço de lazer, de troca de saberes e sabores”, elucida que:

O Forró do Pedro teve seu período de ápice a partir da década de 1970, estendendo-se aos anos 80. Em 1970, o forró foi muito frequentado por artistas dessa geração, que iam até lá para assistir a Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e muitos outros. Outro aspecto importante foi que o local atraiu a atenção de Tvs internacionais, deslocando o território do forró para novas geografias. (Paes, 2009, p.170)

    Como era no forro de Pedro Sertanejo, a Casa de Forro em Euclides da Cunha será  um espaço de sociabilidade e interação de diversas culturas e gerações, pois na era atual o forró coexiste com as diversas expressões culturais como o rock, o pop, o reggae e a Casa Pedro Sertanejo certamente será o palco perfeito para tal interação.
Jurema Paes (2009) revela ainda que:

O Forró do Pedro e a sua gravadora deram suporte a muitos artistas que estavam iniciando ou dando continuidade às suas carreiras. Ele criou uma rede social de troca de saberes e poderes em que estavam conglomerados o forró, a gravadora, os programas de rádio por ele apresentados e a sua atuação como artista e diretor artístico de inúmeros discos. Foi uma trajetória de mais de 22 anos de permanência do forró pé-de-serra, registrada em centenas de discos autorais e de artistas que gravaram pela Cantagalo. (Paes, 2009, p.227)

    Pedro Sertanejo foi músico profissional de forró pé-de-serra, foi radialista em São Paulo, foi o idealizador de uma das maiores casas de espetáculo da arte nordestina no sudeste, foi o criador da primeira gravadora independente do Brasil a gravar artistas de forró, Lanço Domingos do Acordeom, alavancou as carreiras de Jackson do Pandeiro e Ary Lobo, pai de Oswaldinho do Acordeom, artista de fama internacional, enfim, o euclidense Pedro Sertanejo foi um dos maiores incentivadores e empresários do forró, radicado em São Paulo, onde construiu os pilares de sustentação para a música nordestina no sudeste, e por isso e por muito mais precisa ser revitalizada a sua memória principalmente na sua cidade natal.

PEQUENO HISTÓRICO:

    Pedro de Almeida e Silva, artisticamente conhecido como Pedro Sertanejo, nasceu em Euclides da Cunha, Bahia, em 27 de abril de 1927. Seu pai se chamava Aureliano e era tocador e afinador de sanfona pé-de-bode. Foi com ele que Pedro Sertanejo aprendeu o ofício de afinar e tocar o instrumento. Em 1946, Pedro, aos vinte anos de idade, migrou para São Paulo, chegando à cidade de caminhão, depois de 51 dias de viagem. Nessa cidade foi guarda civil e montaneiro de bonde. Para inserir-se no mercado da música, fez um longo percurso: primeiro, veio para São Paulo, em 1947; depois, seguiu em direção ao Rio de Janeiro, já ao lado de sua esposa, dona Noêmia, uma alagoana de Palmeira Divina. Para sobreviver, exerceu muitas funções no campo da música e em outras áreas.
    Nivaldo Gomes da Cunha, o Castanheiro, foi músico de Pedro Sertanejo por mais de 20 anos, fala sobre o amigo e patrão em entrevista disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VNbxthjiEjQ:

Pedro Sertanejo foi o Pioneiro do Forró em São Paulo. Foi ele quem descobriu a receita de colocar o povão para dançar e por isso investiu pesado na Sanfona de 8 Baixos; esse tipo de Sanfona é própria para solos e por isso é a ideal para se dançar; portanto não se pode falar em Sanfonas de 8 Baixos sem lembrar o nome de quem alavancou o sucesso deste instrumento no Sudeste Brasileiro. (Nivaldo Gomes da Cunha (Castanheiro) Músico de Pedro Sertanejo por mais de 20 anos.)

    Oswaldino do Acordeon, filho de Pedro Sertanejo, em 20/07/2004, em entrevista concedida à Jurema Mascarenhas Paes (2009) resume:

Pedro Sertanejo (...) foi um exemplo de músico baiano, especialista em tocar e compor forrós em concertina, conhecida também como sanfona pé-de-bode. Pedro também consertava e afinava sanfona e foi responsável pela implantação da primeira casa de forró que levava seu nome, “Forró do Pedro Sertanejo”, situado à Rua Catumbi, Belenzinho, São Paulo, na década de 60 do século passado. (Oswaldinho do Acordeon, apud Paes 2009, disponível em: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/13134)

    No canal “Fole de 8 baixo” do You Tube, feito para divulgação da cultura da sanfona de 8 baixos e do forró-pe-de-serra, o organizador do canal em resposta a um seguidor elucida nos comentários que:

Atualmente o Téo dos 8 Baixos está dando continuidade ao trabalho do Pedro Sertanejo no Forró do Belém que se localiza na Rua Herval Nº 11 próximo a estação Belém do Metrô em São Paulo, bem próximo ao antigo Forró do Pedro Sertanejo. O Teo dos 8 Baixos apresenta no Forró do Belém grandes forrozeiros conhecidos como Tiziu do Araripe, Carneiro do Acordeon, Zé Henrique dos 8 Baixos, Lene dos 8 Baixos entre outros. Leo Rugero, Cineasta e Sanfoneiro de 8 Baixos e criador do Filme "Com Respeito aos 8 Baixos", veio a São Paulo para conhecer o Teo dos 8 Baixos e o Forró do Belém. (Fole de 8 baixo, disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCkLRCGzS0FDjMHTKmwSP5qQ)

    Do pouco que se sabe da vida de Pedro Sertanejo, é destaque a página “Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira": http://www.dicionariompb.com.br/pedro-sertanejo, conforme texto abaixo:

BIOGRAFIA:

Nascido no sertão da Bahia, seguiu para a região sudeste a fim de tentar a carreira artística Em 1946 mudou para São Paulo. Seu pai Aureliano foi um grande mestre sanfoneiro na cidade de Euclides da Cunha, próxima da região de Canudos, Bahia. Pedro Sertanejo é pai de Oswaldinho do Acordeom. .

DADOS ARTÍSTICOS:

Em 1956 realizou a primeira gravação, acompanhado de seu conjunto, pela Copacabana, interpretando o xote "Roseira do Norte" de sua autoria e Zé Gonzaga e a polca "Zé Passinho na festa" de sua autoria. Em 1958, já na Todamérica, gravou de sua autoria, o baião "Balaio do norte" e o forró "Forró brejeiro", tocando acordeom. Em 1959 gravou a polca "Euclides da Cunha", de sua autoria, em referência ao nome de sua cidade natal, e a rancheira "Caipirinha" de Nadim de Correia Marques.

Em 1960 gravou, de sua autoria, o forró "Forró de Aracaju" e o baião "Rancho Velho". Em 1961 foi contratado pela gravadora Continental, que relançou no mesmo ano vários de seus antigos sucessos gravados principalmente na Todamérica, entre os quais a polca "Festa na fazenda" e o xote "Arco-verde", de sua autoria. Ainda no mesmo ano lançou a polca "Bela vista", dele e Pedrinho, e o forró "Forró pernambucano", dele e Bernardo Lima.

Em 1962 passou a gravar na gravadora Caboclo, onde lançou com seu conjunto o forró "Forró alagoano" de sua autoria, o baião "Azulão", dele e Milton Cristofani, e a quadrilha "Festa de São João", de Sertãozinho e Milton Cristofani, entre outras composições. Em 1963 gravou de sua autoria o forró "Sete punhá" e o chamego "Chuliado da vovó", de Milton José.

Em 1964 fundou o selo Cantagalo, dirigindo a gravadora por toda a década de 1960. Nesse período, convidou Dominguinho, então iniciante, a gravar LP destinado ao público migrante nordestino.

Nos anos 1970 gravou diversos LPs pela gravadora Continental, entre os quais "Forró brejeiro", "Visite o Nordeste" e "Sanfoneiro do Norte", sempre cultuando a música de raiz nordestina, especialmente o forró. Apontado por muitos como o iniciador da cultura do forró em São Paulo, ao longo de sua carreira, já lançou mais de 40 discos e compôs cerca de 700 músicas. Criou o Salão Pedro Sertanejo em São Paulo, para a apresentação de show de forró.

OBRAS:

Arco-verde
Azulão (c/ Milton Cristofani)
Balaio do norte
Bela vista (c/ Pedrinho)
Boa esperança
Campo formoso
Coqueiro seco
Coração do norte
Diabo no forró (c/ Alcina Maria)
Euclides da Cunha
Festa em Geremoabo
Festa na fazenda
Forró alagoano
Forró brejeiro
Forró de Aracaju
Forró nordestino
Forró pernambucano (c/ Bernardo Lima)
Ladeira do sabão
O rei do sertão (c/ Milton Quintino)
Quadrilha do norte
Rancho velho
Roseira do norte (c/ Zé Gonzaga)
Saudade de Jacobina (c/ Alcina Maria)
Sete punhá
Zé Passinho na festa

DISCOGRAFIA
    Conforme disponibilizada no site  http://www.dicionariompb.com.br/pedro-sertanejo:

([S/D]) Forró brejeiro • Continental
([S/D]) Forró de luna • Musicolor • LP
([S/D]) Forró na Casa Grande • Musicolor • LP
([S/D]) Meu sabiá • Musicolor • LP
([S/D]) Na onda do forró • Tropicana • LP
([S/D]) Rato molhado • Musicolor • LP
([S/D]) Sanfoneiro do norte • LP
([S/D]) Sertão brasileiro • Continental • LP
([S/D]) Visite o nordeste • Continental • LP
(S/D) Forró Pernambucano - Cantagalo - LP
(1997) Adeus Jacobina - RB Music - CD
(1983) Homenagem Aos Conterrâneos - Sertanejo/Chantecler - LP
(1982) Forró Na Capital - Sertanejo/Chantecler - LP
(1979) Forró Da Gafieira - Musicolor/Continental - LP
(1978) Forró De Luna - Musicolor/Continental - LP
(1978) Forró Na Casa Grande - Musicolor/Continental - LP
(1977) Meu Sabiá - Musicolor/Continental - LP
(1975) Forró Brejeiro - Musicolor/Continental - LP
(1974) Sertão Brasileiro - Musicolor/Continental - LP
(1973) Visite O Nordeste - Musicolor/Continental - LP
(1973) Sanfoneiro Do Norte - Musicolor/Continental - LP
(1972) Na Onda Do Forró - Tropicana/CBS - LP
(1970) Coração Do Norte - Musicolor/Continental - LP
(1970) Pedro Sertanejo - Musicolor/Continental - LP
(1967) Rato Molhado - Musicolor/Continental - LP
(1967) Chapéu De Couro - Musicolor/Continental - LP
(1966) Saudade De Itapoã - Continental - LP
(1963) Sete punhá/Chuliado da vovó • Continental • 78
(1963) Roseira do Norte/Zé Passinho na festa • Sabiá • 78
(1963) Festa em Geremoabo/Coqueiro seco • Sabiá • 78
(1962) Forró alagoano/Azulão • Caboclo • 78
(1962) Sanfoneiro do Norte/Limeirinha • Caboclo • 78
(1962) Festa de São João/Coração do norte • Caboclo • 78
(1961) Festa na fazenda/Arco-verde • Continental • 78
(1961) Diabo no forró/Saudade de Jacobina • Continental • 78
(1961) Boa Esperança/Ladeira do sabão • Continental • 78
(1961) Balaio do norte/Forró brejeiro • Continental • 78
(1961) Forró nordestino/Euclides da Cunha • Continental • 78
(1961) Campo formoso/Caipirinha • Continental • 78
(1961) O rei do sertão/Quadrilha do norte • Continental • 78
(1961) Bela vista/Forró pernambucano • Continental • 78
(1961) Balão, Quadrilha E Quentão - Continental - LP
(1960) Rancho velho/Forró de Aracajú • Todamérica • 78
(1960) Festa na fazenda/Arco-verde • Todamérica • 78
(1959) Forró nordestino/Euclides da Cunha • Todamérica • 78
(1959) Campo formoso/Caipirinha • Todamérica • 78
(1959) Diabo no forró/Saudade de Jacobina • Todamérica • 78
(1959) Boa Esperança/Ladeira do sabão • Todamérica • 78
(1958) Balaio do norte/Forró brejeiro • Todamérica • 78
(1958) O rei do sertão/Quadrilha do norte • Todamérica • 78
(1956) Roseira do Norte/Zé Passinho na festa • Copacabana • 78
(1956) Festa em Geremoabo/Coqueiro seco • Copacabana • 78

Disponível em: http://www.dicionariompb.com.br/pedro-sertanejo Acesso em Ago 2015

    Na página da Wikipédia consta apenas umas poucas linhas sobre Pedro Sertanejo, e boa parte do texto foi retirado da página Cravo albin:

Pedro Sertanejo (Euclides da Cunha, 26 de abril de 1927 — 3 de janeiro de 1997) foi um músico brasileiro, o pioneiro do forró em São Paulo. Era sanfoneiro, compositor, radialista e fundador do primeiro selo independente, a Gravadora Cantagalo. Em 1956 realizou a primeira gravação, acompanhado de seu conjunto, pela Copacabana, interpretando o xote "Roseira do Norte" de sua autoria e Zé Gonzaga e a polca "Zé Passinho na festa" de sua autoria. Em 1958, já na Todamérica, gravou de sua autoria, o baião "Balaio do norte" e o forró "Forró brejeiro", tocando acordeom. Em 1959 gravou a polca "Euclides da Cunha", de sua autoria, em referência ao nome de sua cidade natal, e a rancheira "Caipirinha" de Nadim de Correia Marques. Em 1964 fundou o selo Cantagalo, dirigindo a gravadora por toda a década de 1960. Nesse período, convidou Dominguinhos, então iniciante, a gravar LP destinado ao público migrante nordestino.

O seu salão de forró, situado na Rua Catumbi no bairro do Belenzinho, foi o ponto de encontro de vários nordestinos em São Paulo. As atrações eram Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Zé Gonzaga, Marinês e Dominguinhos, entre outros. Casado com Noemia Lima e Silva, tiveram seis filhos: Arecessone, Oswaldo (Osvaldinho do Acordeon), Aristoteles, Juracy, Maisa e Cecila. (Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Sertanejo Acesso em ago 2015.)

    Na página http://www.forroemvinil.com/ o DJ Ivan, em 2013, postou o seguinte sobre o disco de 1971, “União dos Palmares”:

“Lembrar de Pedro Sertanejo é rememorar a própria história dos forrós enquanto espaços de sociabilidade e divertimento do nordestino emigrado. O “Forró do Pedro” e a gravadora “Tropicana” são dois baluartes representativos da dedicação de Pedro Sertanejo na rede social do forró entre as décadas de 1960 e 1980.

Porém, paralelo a isso, não devemos esquecer de sua contribuição significativa ao percurso da sanfona de oito baixos. Filho de Aureliano e pai de Oswaldinho do Acordeon, Pedro Sertanejo está no núcleo dos ‘clãs musicais’ que identificam as linhas mestras da sanfona de oito baixos na região Nordeste. Com o êxito de “Roseira do Norte”, um aceleradíssimo xote, em parceria com Zé Gonzaga, consolidou sua reputação de sanfoneiro em meados da década de 1950.

‘União dos Palmares’, editado através do selo Musicolor em 1971, é uma importante contribuição na discografia de música instrumental para sanfona de oito baixos. Neste disco, se reflete uma mistura do forró instrumental com elementos   da música ítalo-caipira paulista, o que fica evidenciado pela presença de uma viola em algumas faixas. Aliás, esta preocupação norteava o trabalho de Pedro durante a década de 1970, o que se reforça pela presença e em alguns de seus discos desta época, da dupla caipira Mestiça & Zulmara, com o belo dueto em terças paralelas, tão característico, e a inclusão de temas que evocassem o reisado, a folia de reis, etc…

Mas ‘União dos Palmares’ não é apenas isso. É também mais uma mostra do estilo peculiar deste músico, que nesta gravação utiliza uma Todeschini 24 baixos com três carreiras de botões. O acompanhamento é realizado por regional – cavaquinho, violões e percussão, com destaque para o violeiro oculto, devido à ausência de ficha técnica.” Disponível em: http://www.forroemvinil.com/pedro-sertanejo-uniao-dos-palmares/ acesso em ago 2015

    Em 29 de agosto de 2015, com a colaboração de Abílio Neto o site WWW.forró em vinyl postou um texto em homenagem a Pedro Sertanejo, no qual revela:

Pedro Sertanejo é uma lenda do forró! Menino pobre, chegou da Bahia a São Paulo para vencer na vida e se tornar um ídolo. Foi grande tocador de fole de botão, ótimo compositor, afinador de sanfonas, produtor de discos e radialista, pois tinha um programa de rádio assim como Ivan Ferraz, Ivan Bulhões, J. Luna, Elias Lourenço e outros no Nordeste. Além disso, foi dono da gravadora Cantagalo e de uma casa de forró: Forró de Pedro Sertanejo.

O forró em São Paulo só cresceu graças a ele porque teve a coragem de em 1966 fundar o forró que levava seu nome, ali no Brás, na rua Catumbi, 183. Todos os grandes nomes do gênero tocaram lá. Era uma casa feita pros nordestinos. Aquelas branquinhas paulistas de bochechinhas rosadas não visitavam sua casa de shows porque, naquela época, forró era sinônimo de paraíba, de peixeira, de briga, coisa de gente sem instrução, sem nível, que ia do Nordeste pra São Paulo a fim de fugir da seca e não morrer de fome e sede. O forró sofreu forte preconceito. Ainda hoje sofre!

Pedro foi um visionário. A sua gravadora Cantagalo foi fundada para que ele desse impulso à sua carreira, mas também para auxiliar muita gente de talento do Nordeste que não tinha voz nem vez nas grandes gravadoras. Dominguinhos começou a gravar lá. Camarão, Zé Gonzaga, Geraldo Correia, Ary Lobo e Anastácia também fizeram discos com Pedro. Até Jackson do Pandeiro! Só Luiz Gonzaga e Marinês não gravaram na Cantagalo.

Da visão de Pedro foi que veio o impulso para que o filho Oswaldinho estudasse música clássica por treze anos e tivesse mestres como Paulo Feolla e Dante D’Alonzo. O reconhecido talento do filho lhe rendeu uma bolsa de estudos no exigente Conservatório Dante de Milão. Hoje, os grandes nomes do acordeom espalhados pelo mundo afora lhe rendem homenagens. Oswaldinho é a maior obra de Pedro Sertanejo!

Se Pedro Sertanejo não tivesse composto as mais de quinhentas músicas que fez, só duas bastariam para inscrever seu nome na galeria dos grandes compositores de forró. Os forrós “Rato Molhado” e “Roseira do Norte” são verdadeiras antologias do gênero. O primeiro fez sozinho e o segundo em companhia de Zé Gonzaga.

Hoje, pouca gente fala no pai de Oswaldinho. Está condenado ao esquecimento como muitos outros. Mas alguns insistentes como eu não deixam cair a peteca e com a bênção do Portal RN em Rede, seu nome vai à praça de novo. Aquecidas as lembranças, só falta escutar a sua mais famosa composição, “Rato Molhado”, música essa que mereceu uma resposta de um cabra de Serra Talhada, também grande sanfoneiro de oito baixos, em composição de Luiz Moreno. Esse outro aí é que está esquecido mesmo, mas é tema para outra postagem. Disponível em: http://www.forroemvinil.com/texto-pedro-de-almeida-e-silva-originario-do-sertao-baiano-foi-um-dos-pais-do-forro/ Acesso em 01 set 2015.

    No disco de 1973, sob o nome “Na onda do forró”, traz a faixa 04 em homenagem a Euclides da Cunha, sua cidade natal, a qual lhe deve uma justa homenagem.


PROJETO ABERTO:

    Criar em Euclides da Cunha um espaço no modelo do que foi a Casa de Forró Pedro Sertanejo na rua Catumbi, no Belenzinho, em são Paulo, nos anos 60 a 80. No Espaço que será chamado “Forró Pedro Sertanejo” terá um palco fixo, sistema de som e iluminação, e servirá para revitalização do forró-pé-de-serra, abrindo espaço para os artistas locais e da região.
    A Casa de Forró será o espaço para apresentação de músicos locais e da região, novos e veteranos, e servirá como espaço para divulgação artística dos mesmos, ao tempo em que será um espaço de convivência para a população euclidense. 
    A entrada na Casa será por cobrança de ingresso a preço a ser estabelecido pela direção da Casa da Cultura e parte o montante será utilizado para rateio entre os músicos que se apresentarem na noite, a título de incentivo.
    A Casa de Forró será vinculada à Casa da Cultura e funcionará nos finais de semana e servirá como espaço de convivência da cultura sertaneja e local, já que em Euclides da Cunha e região são muitos os artistas forrozeiros que não encontram espaço para divulgar a sua arte.
    A Casa de Forró Pedro Sertanejo poderá ser construida, mas também pode ser criada a partir de termo de colaboração com instituições desativadas e/ou extintas a exemplo do Espaço Acre, Grêmio Cultural e Recreativo e Hotel do Conselheiro, desativado há anos e pertencente à Secretaria de Turismo do Estado da Bahia.
    Na Casa de Forró, como era em São Paulo, além do show ao vivo, e do salão para dançar, frequentador terá a oportunidade de saborear pratos da comida típica do sertão, como buchada, dobradinha, sarapatel, cuscuz com tripa, pirão, carne seca, carne do sol com aipim, arroz doce, tapioca, manuê, pinga e outros itens da culinária, etc. Os vendedores das comidas pagarão ao fundo da casa um valor estipulado pela administração, a título de contribuição para manutenção do espaço. As despesas com água, energia, bem como equipe técnica deverão ser previstas no orçamento da Diretoria de Cultura.

    Outras sugestões:

    Criar a sala Pedro Sertanejo na Casa da Cultura de Euclides da Cunha de modo a divulgar a programação da Casa de forró bem como revitalizar a memória de Pedro Sertanejo:
    A sala poderá ter as características de uma sala de casa simples sertaneja, com objetos relacionados à vida euclidense dos anos 60, período em que Pedro Sertanejo se tornou músico profissional de forró;
    A sala poderá ter exposição de objetos relacionados à Cultura Nordestina, ao forró, discos de Pedro Sertanejo, equipamento de som para reprodução musical, revistas com matérias sobre o músico, fotos, etc.;
    Criar a data comemorativa do dia 26 de abril, data do seu nascimento, sendo que no 4º sábado do mês de abril de todo ano o município realizará um evento/festival com sanfoneiros locais para tocar a obra de Pedro Sertanejo em sua homenagem e servir como pré São João e favorecer a participação dos sanfoneiros locais em stand armado na Praça da Juventude;
    Fomentar a pesquisa escolar sobre a vida de Pedro Sertanejo, sobre o instrumento Acordeão, sobre o forró, sobre a cultura nordestina, bem como festivais de sanfoneiros mirins ou jovens, de modo a fazer renascer a cultura da sanfona em Euclides da Cunha;
    Criar um acervo digital com todos os discos de Pedro Sertanejo para que todos possam acessar e ouvir as músicas via internet e também nas visitações da Casa de Cultura;
    Produzir documentário sobre a vida de Pedro Sertanejo no período em que viveu aqui e com depoimentos de conterrâneos vivos, a exemplo de Rato Branco, etc.
    Criar uma Rádio comunitária para divulgação da cultura nordestina, sendo a mesma exclusiva para a produção local de artistas de forró-pé-de-serra.

    
REFERÊNCIAS:
    

Pedro Sertanejo. Disponível em: http://www.forroemvinil.com/pedro-sertanejo-uniao-dos-palmares/ acesso em ago 2015.

Pedro Sertanejo. Disponível em: http://www.forroemvinil.com/texto-pedro-de-almeida-e-silva-originario-do-sertao-baiano-foi-um-dos-pais-do-forro/  Acesso em 01 set 2015.

Pedro Sertanejo.  Disponível em: http://www.dicionariompb.com.br/pedro-sertanejo Acesso em Ago 2015.

Pedro Sertanejo.  Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Sertanejo Acesso em ago 2015.

Fole de 8 baixos. Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCkLRCGzS0FDjMHTKmwSP5qQ Acesso em jan 2016.

PAES, Jurema Mascarenhas. (2009) São Paulo em noite de festa: experiências culturais dos migrantes nordestinos (1940-1990), disponível em: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/13134) Acesso em jan 2016.

PAES, Jurema Mascarenhas. (2011) O FORRÓ DE PEDRO SERTANEJO: Experiências culturais dos migrantes nordestinos na cidade de São Paulo. Disponivel em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300918036_ARQUIVO_TextooforrodePedroSertanejo.pdf Acesso em jan 2016.






HOMENAGEM A PEDRO SERTANEJO 2016

BANNERS EXPOSTOS NO ARRAIÁ DO CUMBE 2016 EM HOMENAGEM AO PEDRO SERTANEJO!