sábado, 6 de abril de 2024

Projeto de Lei com nome de praça Pedro Sertanejo

 





Projeto de Lei

 

Autoria: Inamar Santos Coelho

 

Dispõe sobre o nome de Praça da Zona Urbana do Município de Euclides da Cunha e dá outras providências.

 Ao presidente da Câmara Municipal de Euclides da Cunha – Bahia

 Faço saber que a Câmara Municipal de Euclides da Cunha aprovou e o Senhor Prefeito Municipal sancionará a seguinte LEI:

Artigo 1º - A praça antes denominada Praça da Juventude, localizada à rua Elson Torres de Aquino, com acesso à Rua Major Antonino e Avenida Rui Barbosa, passará a denominar-se Praça Pedro Sertanejo

Artigo 2º - ficam revogadas as disposições em contrário.

Artigo 3º - Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Sala das sessões da Câmara Municipal de Euclides da Cunha, 06 de abril de 2024.

 

 

___________________________________

 

 

 Justificativa

 

Pedro de Almeida e Silva, o Pedro Sertanejo, nasceu em Euclides da Cunha em 26 de abril de 1927 e se tornou um grande expoente da cultura nordestina no Sudeste no período de 1960 a 1996, vindo a falecer em janeiro de 1997.

Pedro Sertanejo foi o euclidense que garantiu a força e a vitalidade do forró-pé-de-serra no Sudeste nos anos 60, 70, 80 e 90, quando o Brasil viu nascer movimentos como a Bossa Nova, a Jovem Guarda e a Tropicália.

Pedro Sertanejo jamais se desviou da sua cultura de raiz do forró sertanejo aprendido com seu pai o Mestre Aureliano Valério que era um grande afinador de sanfona e um exímio sanfoneiro.

O jovem Pedro de Almeida e Silva em 1946 migrou para o Sudeste como a maioria dos nordestinos daquela época lá gravou sua primeira música de forró consolidando-se como músico.

Em 1946, Pedro, aos vinte anos de idade, migrou para São Paulo, chegando à cidade de caminhão, depois de 51 dias de viagem. Nessa cidade foi guarda civil e motorneiro de bonde. Para inserir-se no mercado da música, fez um longo percurso: primeiro, foi para São Paulo, em 1947, depois, seguiu em direção ao Rio de Janeiro, já ao lado de sua esposa, dona Noêmia, uma alagoana de Palmeira Divina. Para sobreviver, exerceu muitas funções no campo da música e em outras áreas.

Inicialmente Pedro foi radialista, profissão que manteve por mais de 20 anos em programas de rádio nos quais priorizava o forró-pé-de-serra e os músicos nordestinos.

Pedro Sertanejo criou a Gravadora Cantagalo para artistas sem espaço e preteridos nas grandes gravadoras daquela época. Era sanfoneiro, compositor, radialista e fundador do primeiro selo independente, a Gravadora Cantagalo, fundada em 1964 na qual primeiro disco de Dominguinhos foi gravado por incentivo do próprio Pedro Sertanejo.

Em 1966 criou a Casa de Forró Pedro Sertanejo com o intuito de dar palco aos artistas nordestinos e para ser ali o ponto de encontro dos conterrâneos saídos do sertão em busca melhores condições de vida. Seu salão de forró era situado na Rua Catumbi no bairro do Belenzinho e lá foi o ponto de encontro dos sertanejos e nordestinos em São Paulo por mais de 3 décadas

Da sua trajetória musical, inicialmente em 1956 realizou a primeira gravação, acompanhado de seu conjunto, pela Copacabana, interpretando o xote "Roseira do Norte" de sua autoria e Zé Gonzaga e a polca "Zé Passinho na festa" de sua autoria. Em 1958, já na Todamérica, gravou de sua autoria, o baião "Balaio do norte" e o forró "Forró brejeiro", tocando acordeom. Em 1959 gravou a polca "Euclides da Cunha", de sua autoria, em referência ao nome de sua cidade natal, e a rancheira "Caipirinha" de Nadim de Correia Marques.

Em 1960 gravou, de sua autoria, o forró "Forró de Aracaju" e o baião "Rancho Velho". Em 1961 foi contratado pela gravadora Continental, que relançou no mesmo ano vários de seus antigos sucessos gravados principalmente na Todamérica, entre os quais a polca "Festa na fazenda" e o xote "Arco-verde", de sua autoria. Ainda no mesmo ano lançou a polca "Bela vista", dele e Pedrinho, e o forró "Forró pernambucano", dele e Bernardo Lima.

Em 1962 passou a gravar na gravadora Caboclo, onde lançou com seu conjunto o forró "Forró alagoano" de sua autoria, o baião "Azulão", dele e Milton Cristofani, e a quadrilha "Festa de São João", de Sertãozinho e Milton Cristofani, entre outras composições. Em 1963 gravou de sua autoria o forró "Sete punhá" e o chamego "Chuliado da vovó", de Milton José.

Em 1964 fundou o selo Cantagalo, dirigindo a gravadora por toda a década de 1960. Nesse período, convidou Dominguinho, então iniciante, a gravar LP destinado ao público migrante nordestino.

 Nos anos 1970 gravou diversos LPs pela gravadora Continental, entre os quais "Forró brejeiro", "Visite o Nordeste" e "Sanfoneiro do Norte", sempre cultuando a música de raiz nordestina, especialmente o forró. Apontado por muitos como o iniciador da cultura do forró em São Paulo, ao longo de sua carreira, já lançou mais de 40 discos e compôs cerca de 700 músicas. Criou o Salão Pedro Sertanejo em São Paulo, para a apresentação de show de forró.

Pedro Sertanejo é pouco lembrado e reverenciado na nossa terra natal pelas gerações atuais, além de ser o pai de Oswaldinho do Acordeon, deixou mais de 50 discos gravados com o que há de melhor no forró-pé-de-serrra.

Este grande conterrâneo faleceu em 03 de janeiro de 1997, em São Paulo, mas antes esteve em Euclides da Cunha, no palco do São João, em 1996, sem saber talvez que seria a sua despedida.

Colocar o seu nome em uma praça é uma mais que merecida homenagem e um ato de reconhecimento por este grande artista nascido na nossa região.

 Pesquisa e idealização Inamar Santos Coelho.

 

 Referências:

Pedro Sertanejo. Disponível em: http://www.forroemvinil.com/pedro-sertanejo-uniao-dos-palmares/ acesso em ago. 2015.

Pedro Sertanejo. Disponível em: http://www.forroemvinil.com/texto-pedro-de-almeida-e-silva-originario-do-sertao-baiano-foi-um-dos-pais-do-forro/  Acesso em 01 set 2015.

Pedro Sertanejo.  Disponível em: http://www.dicionariompb.com.br/pedro-sertanejo Acesso em Ago. 2015.

Pedro Sertanejo.  Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Sertanejo Acesso em ago. 2015.

Fole de 8 baixos. Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCkLRCGzS0FDjMHTKmwSP5qQ Acesso em jan. 2016.

PAES, Jurema Mascarenhas. (2009) São Paulo em noite de festa: experiências culturais dos migrantes nordestinos (1940-1990), disponível em: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/13134) Acesso em jan. 2016.

PAES, Jurema Mascarenhas. (2011) O FORRÓ DE PEDRO SERTANEJO: Experiências culturais dos migrantes nordestinos na cidade de São Paulo. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300918036_ARQUIVO_TextooforrodePedroSertanejo.pdf Acesso em jan. 2016.

 

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Apresentando Pedro Sertanejo


Pedro de Almeida e Silva, o Pedro Sertanejo, nascido em Euclides da Cunha em 26/04/1927, foi o euclidense que garantiu a força e a vitalidade do forró pé-de-serra no sudeste nos anos 60, 70 e 80. O Brasil viu nascer movimentos como a Bossa Nova, a Jovem Guarda, a Tropicália etc mas Pedro Sertanejo jamais se desviou da sua cultura de raiz do forró sertanejo aprendido com seu pai o Mestre Aureliano Valério que era um grande afinador de sanfona e um exímio sanfoneiro. Pedro Foi para o Sudeste e Em São Paulo criou a Casa de Forró Pedro Sertanejo com o intuito de palco aos artistas nordestinos em São Paulo e para ser ali o ponto de encontro dos conterrâneos saídos do sertão em busca melhores condições de vida. Pedro Sertanejo criou a Gravadora Cantagalo para artistas sem espaço e preteridos nas grandes gravadoras daquela época. Pedro foi um grande radialista e manteve por mais de 20 anos programas de rádio nos quais priorizava o forró-pé-de-serra e os músicos nordestinos. Pedro Sertanejo, pai de Oswaldinho do Acordeom, é pouco lembrado e reverenciado na sua terra natal pelas gerações atuais. Este grande conterrâneo faleceu em 03 de janeiro de 1997, em São Paulo, mas antes esteve em Euclides da Cunha, no palco do São João, em 1996, sem saber talvez que seria a sua despedida.

Inamar Coelho

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Pedro Sertanejo, o euclidense Rei do Forró Raiz


*Pedro Sertanejo* (26/04/1927), foi o euclidense que garantiu a força e a vitalidade do forró pé-de-serra no sudeste nos anos 60, 70 e 80, a despeito da Bossa Nova e da Jovem Guarda. Criou a *Casa de Forró Pedro Sertanejo* para dar palco aos artistas nordestinos em São Paulo e para ser ali o ponto de encontro dos conterrâneos. Criou a Gravadora *Cantagalo* para artistas sem espaço nas grandes gravadoras da época. Manteve por mais de 20 anos programas de rádio nos quais priorizava o forró-pé-de-serra e os músicos nordestinos. Pai de Oswaldinho do Acordeom, este nosso conterrâneo é pouco lembrado e reverenciado na sua terra natal. Pedro Sertanejo faleceu em 03 de janeiro de 1997, em São Paulo, mas antes esteve em Euclides da Cunha, no palco do São João em 1996, sem saber talvez que seria a sua despedida.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Sanfoneiro Zé de Loura


Zé de Loura  nasceu em 1954 no município de Quijingue, interior do sertão baiano. Zé de Loura conheceu Pedro Sertanejo em 1963 quando Pedro tocava no município de Quijingue e adquiriu a primeira sanfona em 1969 trocando por uma bicicleta, no tempo em que ter uma bicicleta era coisa rara e cara. Na troca deu a bicicleta e recebeu 18 mil cruzeiros de volta. A sanfona era um acordeom de 48 baixos. O Jovem Zé, autodidata, ficou mais de 3 meses para aprender os primeiros acordes. No mês de junho daquele ano se atreveu a tocar no palco do São João de Quijingue, no final da festa, mostrando para os presente o pouco que aprendeu. Ali começou a trajetória com o povo dizendo que o filho da Loura sabia tocar. Ficou Zé de Loura. Começou tocar profissionalmente com 17 anos, em casamentos e festas de largo. Foi pra São Paulo em 1972 quando já tocava com habilidade. Lá trabalhava como servente de pedreiro, mas sempre com saudade da sua terra, Quijingue, e vontade de tocar sanfona. Participou do Programa do Jegue – tipo de gongo com o relincho do jegue se o artista não fosse bom. Zé não foi Gongado, pois era bom!. Ali teve o contato direto com Pedro Sertanejo que lhe deu Palco no famoso Forró de Pedro. Lá tocou com o Sanfoneiro Guidô no forró da Catumbi, com Oswaldinho, Noca do Acordeon e com outros artistas de fama na época. No círculo de amizade com Pedro Sertanejo conheceu Dominguinhos e ficou impressionado com aquele rapaz que Pedro levou do Rio pra São Paulo pra gravar na Cantagalo. Na sua trajetória Zé de Loura gravou 1 compacto e 5 LPS e continua ativo levando o forró por onde passa.

Com informações passadas pelo próprio Zé de Loura em entrevistas disponíveis na Internet.

sábado, 17 de abril de 2021

Abril de Pedro Sertanejo


Abril é o mês de aniversário de Pedro Sertanejo, o euclidense que garantiu a força e a vitalidade do forró pé-de-serra no sudeste nos anos 60, 70 e 80, a despeito da Bossa Nova e da Jovem Guarda. Criou a Casa de Forró Pedro Sertanejo para dar palco aos artistas nordestinos em São Paulo e para ser ali o ponto de encontro dos conterrâneos. Criou a Gravadora Cantagalo para artistas sem espaço nas grandes gravadoras da época. Manteve por mais de 20 anos programas de rádio nos quais priorizava o forro e os músicos nordestinos. Pai de Oswaldinho do Acordeon, nosso conterrâneo é pouco lembrado e reverenciado na sua terra natal. Pedro faleceu em 03 de janeiro de 1997, em São Paulo, mas antes esteve em Euclides da Cunha, no palco do São João em 1996, sem saber que era a sua despedida.