Projeto de Lei
Autoria: Inamar Santos Coelho
Dispõe
sobre o nome de Praça da Zona Urbana do Município de Euclides da Cunha e dá
outras providências.
Artigo 1º - A praça antes denominada Praça da Juventude, localizada à rua Elson Torres de Aquino, com acesso à Rua Major Antonino e Avenida Rui Barbosa, passará a denominar-se Praça Pedro Sertanejo
Artigo 2º - ficam revogadas as
disposições em contrário.
Artigo 3º - Esta Lei entra em
vigor na data da sua publicação.
Sala das sessões da Câmara
Municipal de Euclides da Cunha, 06 de abril de 2024.
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Pedro
de Almeida e Silva, o Pedro Sertanejo, nasceu em Euclides da Cunha em 26 de
abril de 1927 e se tornou um grande expoente da cultura nordestina no Sudeste
no período de 1960 a 1996, vindo a falecer em janeiro de 1997.
Pedro
Sertanejo foi o euclidense que garantiu a força e a vitalidade do
forró-pé-de-serra no Sudeste nos anos 60, 70, 80 e 90, quando o Brasil viu nascer
movimentos como a Bossa Nova, a Jovem Guarda e a Tropicália.
Pedro
Sertanejo jamais se desviou da sua cultura de raiz do forró sertanejo aprendido
com seu pai o Mestre Aureliano Valério que era um grande afinador de sanfona e
um exímio sanfoneiro.
O
jovem Pedro de Almeida e Silva em 1946 migrou para o Sudeste como a maioria dos
nordestinos daquela época lá gravou sua primeira música de forró
consolidando-se como músico.
Em
1946, Pedro, aos vinte anos de idade, migrou para São Paulo, chegando à cidade
de caminhão, depois de 51 dias de viagem. Nessa cidade foi guarda civil e
motorneiro de bonde. Para inserir-se no mercado da música, fez um longo
percurso: primeiro, foi para São Paulo, em 1947, depois, seguiu em direção ao
Rio de Janeiro, já ao lado de sua esposa, dona Noêmia, uma alagoana de Palmeira
Divina. Para sobreviver, exerceu muitas funções no campo da música e em outras
áreas.
Inicialmente
Pedro foi radialista, profissão que manteve por mais de 20 anos em programas de
rádio nos quais priorizava o forró-pé-de-serra e os músicos nordestinos.
Pedro
Sertanejo criou a Gravadora Cantagalo para artistas sem espaço e preteridos nas
grandes gravadoras daquela época. Era sanfoneiro, compositor,
radialista e fundador do primeiro selo independente, a Gravadora Cantagalo,
fundada em 1964 na qual primeiro disco de Dominguinhos foi gravado por
incentivo do próprio Pedro Sertanejo.
Em
1966 criou a Casa de Forró Pedro Sertanejo com o intuito de dar palco aos
artistas nordestinos e para ser ali o ponto de encontro dos conterrâneos saídos
do sertão em busca melhores condições de vida. Seu salão de forró era situado na Rua Catumbi no bairro do Belenzinho e lá foi o
ponto de encontro dos sertanejos e nordestinos em São Paulo por mais de 3
décadas
Da sua trajetória musical,
inicialmente em 1956 realizou a primeira gravação, acompanhado de
seu conjunto, pela Copacabana, interpretando o xote "Roseira do
Norte" de sua autoria e Zé Gonzaga e a polca "Zé Passinho na
festa" de sua autoria. Em 1958, já na Todamérica, gravou de sua autoria, o
baião "Balaio do norte" e o forró "Forró brejeiro", tocando
acordeom. Em 1959 gravou a polca "Euclides da Cunha", de sua autoria,
em referência ao nome de sua cidade natal, e a rancheira "Caipirinha"
de Nadim de Correia Marques.
Em 1960 gravou, de sua autoria, o forró
"Forró de Aracaju" e o baião "Rancho Velho". Em 1961 foi
contratado pela gravadora Continental, que relançou no mesmo ano vários de seus
antigos sucessos gravados principalmente na Todamérica, entre os quais a polca
"Festa na fazenda" e o xote "Arco-verde", de sua autoria.
Ainda no mesmo ano lançou a polca "Bela vista", dele e Pedrinho, e o
forró "Forró pernambucano", dele e Bernardo Lima.
Em 1962 passou a
gravar na gravadora Caboclo, onde lançou com seu conjunto o forró "Forró
alagoano" de sua autoria, o baião "Azulão", dele e Milton
Cristofani, e a quadrilha "Festa de São João", de Sertãozinho e
Milton Cristofani, entre outras composições. Em 1963 gravou de sua autoria o
forró "Sete punhá" e o chamego "Chuliado da vovó", de
Milton José.
Em 1964 fundou o selo
Cantagalo, dirigindo a gravadora por toda a década de 1960. Nesse período,
convidou Dominguinho, então iniciante, a gravar LP destinado ao público
migrante nordestino.
Pedro Sertanejo é pouco lembrado e reverenciado na nossa terra natal pelas gerações atuais, além de ser o pai de Oswaldinho do Acordeon, deixou mais de 50 discos gravados com o que há de melhor no forró-pé-de-serrra.
Este
grande conterrâneo faleceu em 03 de janeiro de 1997, em São Paulo, mas antes
esteve em Euclides da Cunha, no palco do São João, em 1996, sem saber talvez
que seria a sua despedida.
Colocar
o seu nome em uma praça é uma mais que merecida homenagem e um ato de
reconhecimento por este grande artista nascido na nossa região.
Pedro Sertanejo. Disponível em: http://www.forroemvinil.com/pedro-sertanejo-uniao-dos-palmares/ acesso em ago. 2015.
Pedro Sertanejo. Disponível em: http://www.forroemvinil.com/texto-pedro-de-almeida-e-silva-originario-do-sertao-baiano-foi-um-dos-pais-do-forro/ Acesso em 01 set 2015.
Pedro Sertanejo. Disponível em: http://www.dicionariompb.com.br/pedro-sertanejo Acesso em Ago. 2015.
Pedro Sertanejo. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Sertanejo Acesso em ago. 2015.
Fole de 8 baixos. Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCkLRCGzS0FDjMHTKmwSP5qQ Acesso em jan. 2016.
PAES, Jurema Mascarenhas. (2009) São Paulo em noite de festa: experiências culturais dos migrantes nordestinos (1940-1990), disponível em: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/13134) Acesso em jan. 2016.
PAES, Jurema Mascarenhas. (2011) O FORRÓ DE PEDRO SERTANEJO: Experiências culturais dos migrantes nordestinos na cidade de São Paulo. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300918036_ARQUIVO_TextooforrodePedroSertanejo.pdf Acesso em jan. 2016.